Contador Grátis

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um UPA no futebol do Rio

Amigos e leitores do DLNB,

1988 marca a última vez em que o futebol brasileiro teve mais do que 4 times cariocas em sua elite. Há 22 anos, América e Bangu caíam pelas tabelas para até hoje não retornar. De uma época em que os dois suburbanos chegavam às beiras de um título nacional, só ficaram as lembranças de quem viu.

Eu sei que este tema é recorrente aqui no DLNB, mas tive o "insight" manjado de sacar o trocadilho das UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) com a expressão que as crianças costumeiramente usam para falar de abraço. E por se tratarem de duas coisas completamente diferentes, acabam se aproximando em algum sentido.


"Dar um UPA" em uma causa é, de certa forma, tratar da reabilitação daquilo que adoeceu ou parece sem retorno. E se há alguém que precise de um upa ONTEM é o futebol do Rio. E não falo dos quatro grandes, mas do retorno dos clubes "alternativos" a tempos mais generosos.

Por isso, retorno com força ao projeto "Duque de Caxias", incluindo um apêndice ao Macaé Esporte Clube - time que morreu nas areias da sua ascensão à série B, afogado de pé pelo grande Criciúma. Do que falei antes para o que falo hoje, a diferença é o foco: Não mais a presença da torcida, mas a presença física e de espírito das diretorias que podem bancar uma mudança pró-Rio. É simples, benéfico pra todo mundo e estreita as relações entre clubes. Dar um upa no amiguinho é sempre legal!
Tudo bem, eu sei que a politicagem existe e dita regras, mas vamos parar só um pouquinho para pensar. Pensa você comigo, vai. Se quiser pega papel e caneta para anotar e fazer contas, só na base da suposição...

- Se você torce para um dos quatro do Rio, quantos jogadores tem o elenco do seu time?
- Quantos são realmente utilizados?
- Dos outros, quantos recebem altos salários para não jogar?
- O que representaria HOJE priorizar a base do clube nessas posições de suplente enquanto estes jogadores mantém sua atividade em outro clube por empréstimos irrisórios?
- Não seria uma bela economia se pelo menos 200 mil reais fossem enxugados/mês da folha?
- AGORA SIM: QUANTOS DELES NÃO TÊM UMA VAGUINHA NO DUQUE OU, QUE SEJA, NO MACAÉ?

Tá entendendo? O Duque e o Macaé seriam como as UPAs do futebol carioca! Ganhariam um elenco mais qualificado, pagando apenas parte (ou até a totalidade, em um ou outro caso) dos salários dos atletas e manteriam-nos em atividade. Enquanto isso, seu clube promove novos talentos e enxuga sua folha salarial. Isso sem falar nos investimentos que viriam com os resultados ou com a simples promoção destes clubes. Pelo visto não tem ninguém se prejudicando nessa história. Ganham os quatro, ganham os dois, ganha o futebol do Rio.

Para sair do papel e ir para a prática, vou dar exemplos:

Goleiros: Vinícius (tirado do próprio Duque pelo Flamengo após caso Bruno); Renan ou Luís Guilherme (reservas do Botafogo) e Tiago (reserva do Vasco)

Defensores (zaga e lateras): Thiago Salles ou Cássio (Fluminense); Douglas e Ernani (Vasco); Edson ou Alex (Botafogo)

Volantes e meias: Michael (Flamengo); Tartá e Willians (Fluminense); Jumar. Magno e Caíque (Vasco); Araruama (ex-Olaria, lembra?), Gérson e Elizeu (Botafogo)

Atacantes: Leandro Amaral e Cristian Borja (Flamengo); Nilson e Bruno Paulo (Vasco)


É claro que não iria todo mundo, se não os próprios clubes se desfalcam. Agora, se pelo menos metade destes jogadores fosse emprestado ao custo da metade do seu salário, teríamos um elenco mais qualificado para os "novos pequenos". Juntos dos que já estão por lá, a ascensão me parece consequência. Só uma ideia, só uma ideia....


Upas a todos e até a próxima!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Tá ligado, mano?

"Morou, truta?
Sempre tem um qualquer a mais pra fazer"


As sempre poéticas palavras de Mano Brown, do Racionais MC inspiram o post de hoje. Afinal, não é todo dia que o técnico da Seleção "se chama" uma gíria paulista. Além do mais, ao contrário do goleiro Bruno, eu não quero acabar na cela comendo "frango azedo com pEUNOmonia".
(para quem não entendeu, ouvir "Diário de um detento")



A convocação do bom técnico Mano Menezes para a nova Seleção Brasileira, maiúscula e ofensiva, não é aqueeela coisa. Vamos combinar que o Réver e o goleiro do Avaí não são lá essas coisas. De qualquer forma, tá aí o que você queria: O Brasil vai jogar de 4-3-3. Teoricamente,
aeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!
Tá bom, vai. O nosso técnico preferiu chamar de 4-2-3-1, mas vamos simplificar. Afinal, são só três jogadores de meio, dois atacantes pelas pontas e um centralizado. Portanto, 4 na zaga, 3 no meio e três no ataque, como eu já falei do Barcelona e do próprio Santos há um tempo atrás. A menos que ele realmente escale 5 meias, aí eu me rendo ao professor.

De fato, eu gostei da convocação. Alguns destes nomes seriam de enorme valia na África do Sul e serão importantíssimos para que o Brasil recupere o jeito "Brasil" de jogar bola. Volto a dizer que apoiei a seleção do Dunga a todo tempo e realmente achei que seríamos campeões, apesar dos pesares. Mas pesaram os pesares, fazer o que? A tentativa de transformar o Brasil em futebol europeu não vingou, para a alegria dos fãs do futebol-arte e desgraça dos fãs do futebol-resultado. E me alegra saber que o bom futebol da Espanha imperou e há de ditar uma nova tendência.

Tá certo, eu faria pequenas mudanças na lista, mas a gente tem que lembrar que não tem nada de fixo aí. Portanto RENAN, JUCILEI e EDERSON, tratem de mostrar serviço, "mininos"!

Na falta de uma profundidade que me chame ao desenrolar de uma filosofia de botequim, é hora de dar à Seleção do bom Mano Menezes o prêmio....

CHARADA!

Nosso amigo Jim Carrey aparece com seu personagem repleto de perguntas e nos presenteando com o futuro do scratch nacional.
O bom e velho Riddler me aparece à frente do futuro do nosso futebol, contrastando o belo com uma certa insegurança.

Eu sou realmente um otimista do futebol, acredito MESMO que dá pra ganhar jogando bonito. Só preciso saber se essa base criada por Mano Menezes terá uma mescla suficientemente experiente para, por exemplo, virar um jogo contra a Holanda sem perder a cabeça.


E não estou falando em pisotear e fazer gol contra não. Estou falando na falta de alguém que diga "Calma, moleque! Dá a bola em mim e faz o que você sabe, porque dá pra virar!". Simplesmente uma segurada de onda na hora que o bicho pegar. Só isso, mano.

Chegamos ao fim deste post ... Eu aqui, no meu velho e querido banco, e vocês de todo meu orkut. Porque? (....)
O blog é muito nosso! Tchaau!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Ladies and gentlemen...

The Letra na Bola Godzilla Prize goes to...

Amigos e leitores do De Letra na Bola,

Eu também estava com saudades..
Meus 11,3 leitores (ganhei mais um!) me cobraram muito durante a Copa do Mundo, sedentos por novas piadas infames e análises duvidosas, mas estive focado em jogos e trabalhos acadêmicos. Aproveito, então, o fim da Copa e a retomada do Brasileirão para voltar à carga sem medo de ser feliz.

Aproveito meu post de hoje para dar início às premiações do blog. Mas não precisa se arrumar, porque não é nada muito sério nem comprometido com a sociedade plural e globalizada. Assim sendo, e já tendo prometido em posts anteriores, estreiam hoje as nossas digníssimas homenagens. Como eu já havia antecipado, grandes nomes do mundo dos filmes e desenhos animados farão parte deste blog como símbolos de algo que está em voga.

E para começar com esse ar simpático e amistoso, hoje é dia dele... Godzilla. O prêmio Godzilla de hoje vai para... OS SITES DE APOSTA!

O Godzilla é algo que me assusta não só pelo tamanho mas pela sua capacidade de destruir uma imagem pacata que você faz de algo ou alguém. Só pra esclarecer, a imagem pacata não é dele, mas a da cidade onde ele faz aquele "mise-en-scéne". Como o lagartão (aliás, que bicho é esse?) fez em uma cidade, sinto-me também com parte das minhas crenças abaladas no futebol mundial.

Eu não vou entrar no mérito do que é certo ou errado, bom ou mau, vício ou diversão. Depende da dose com que você brinca. Agora, depois que eu entrei para simplesmente olhar a dinâmica da coisa, eu comecei a entender bem o caso Edílson Pereira de Carvalho.


Sempre soube da existência destes sites, e também do seu lado perverso. No entanto, por nunca ter entrado em um, eu fiquei boquiaberto com a amplitude das tentações que se oferecem ao "cliente". Não vou ficar dizendo o nome da tal home page, pois não acho que mereça crédito.

São mais de 80 opções de aposta por jogo (!!!), cada uma com pelo menos duas opções. Isso vai desde o vencedor da partida até o próximo arremesso lateral! Quem entra pra brincar perde pouco e quando ganha, ganha pouco. Mas, para quem "não brinca" e tem influências, a grana é fortíssima. Pior para o futebol.

Fiz a experiência de assistir Argentina x México com o site aberto em um laptop no meu colo. Assim, acompanhei quase que simultaneamente as duas atividades. Ainda crente de que o futebol não está vendido, me surpreendi com tanto dinheiro que pode ser ganho em coisas tolas. Um lateral mal marcado, um pênalti duvidoso e o impedimento esquisito ganham contornos de propina, e a impressão é de que o jogo realmente gira em torno daqueles tópicos frenéticos de aposta. E os juízes com aquele fone-de-ouvido, sei lá...

Sim, eu sei que a coisa (ainda) não está nesse nível ,e eu realmente espero que não esteja. Agora, se há pouco mais de um mês eu escrevia defendendo uma certa inocência no futebol, acho que acabei de enterrá-la viva com meia pá de cal. Meia pá sim, porque ainda dá pra respirar e eu insisto em não acreditar na compra total das coisas, entende? Por isso, dada a complexidade da situação, resolvi não entrar para não incentivar a coisa. E continuo achando que a Copa do Mundo não é comprada e não há complôs contra uns ou outros.

Aliás, a Espanha vencer a Copa foi um alívio! Torci e MUITO pelo Brasil porque sou brasileiro e acreditei que a seleção de Dunga fosse passar por tudo isso. Mas, a partir do momento em que saímos, torci para que a seleção de melhor futebol vencesse. Da mesma forma com que o Brasil vitorioso de 94 nos influenciou a jogar feio e sem talento, espero que o toque de bola e o futebol "ofensivo e envolvente" (clichê!) da Espanha determine uma nova ordem na nossa bolinha murcha. Enfim...

Bom te ver de novo!
Grande abraço!