Contador Grátis

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um UPA no futebol do Rio

Amigos e leitores do DLNB,

1988 marca a última vez em que o futebol brasileiro teve mais do que 4 times cariocas em sua elite. Há 22 anos, América e Bangu caíam pelas tabelas para até hoje não retornar. De uma época em que os dois suburbanos chegavam às beiras de um título nacional, só ficaram as lembranças de quem viu.

Eu sei que este tema é recorrente aqui no DLNB, mas tive o "insight" manjado de sacar o trocadilho das UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) com a expressão que as crianças costumeiramente usam para falar de abraço. E por se tratarem de duas coisas completamente diferentes, acabam se aproximando em algum sentido.


"Dar um UPA" em uma causa é, de certa forma, tratar da reabilitação daquilo que adoeceu ou parece sem retorno. E se há alguém que precise de um upa ONTEM é o futebol do Rio. E não falo dos quatro grandes, mas do retorno dos clubes "alternativos" a tempos mais generosos.

Por isso, retorno com força ao projeto "Duque de Caxias", incluindo um apêndice ao Macaé Esporte Clube - time que morreu nas areias da sua ascensão à série B, afogado de pé pelo grande Criciúma. Do que falei antes para o que falo hoje, a diferença é o foco: Não mais a presença da torcida, mas a presença física e de espírito das diretorias que podem bancar uma mudança pró-Rio. É simples, benéfico pra todo mundo e estreita as relações entre clubes. Dar um upa no amiguinho é sempre legal!
Tudo bem, eu sei que a politicagem existe e dita regras, mas vamos parar só um pouquinho para pensar. Pensa você comigo, vai. Se quiser pega papel e caneta para anotar e fazer contas, só na base da suposição...

- Se você torce para um dos quatro do Rio, quantos jogadores tem o elenco do seu time?
- Quantos são realmente utilizados?
- Dos outros, quantos recebem altos salários para não jogar?
- O que representaria HOJE priorizar a base do clube nessas posições de suplente enquanto estes jogadores mantém sua atividade em outro clube por empréstimos irrisórios?
- Não seria uma bela economia se pelo menos 200 mil reais fossem enxugados/mês da folha?
- AGORA SIM: QUANTOS DELES NÃO TÊM UMA VAGUINHA NO DUQUE OU, QUE SEJA, NO MACAÉ?

Tá entendendo? O Duque e o Macaé seriam como as UPAs do futebol carioca! Ganhariam um elenco mais qualificado, pagando apenas parte (ou até a totalidade, em um ou outro caso) dos salários dos atletas e manteriam-nos em atividade. Enquanto isso, seu clube promove novos talentos e enxuga sua folha salarial. Isso sem falar nos investimentos que viriam com os resultados ou com a simples promoção destes clubes. Pelo visto não tem ninguém se prejudicando nessa história. Ganham os quatro, ganham os dois, ganha o futebol do Rio.

Para sair do papel e ir para a prática, vou dar exemplos:

Goleiros: Vinícius (tirado do próprio Duque pelo Flamengo após caso Bruno); Renan ou Luís Guilherme (reservas do Botafogo) e Tiago (reserva do Vasco)

Defensores (zaga e lateras): Thiago Salles ou Cássio (Fluminense); Douglas e Ernani (Vasco); Edson ou Alex (Botafogo)

Volantes e meias: Michael (Flamengo); Tartá e Willians (Fluminense); Jumar. Magno e Caíque (Vasco); Araruama (ex-Olaria, lembra?), Gérson e Elizeu (Botafogo)

Atacantes: Leandro Amaral e Cristian Borja (Flamengo); Nilson e Bruno Paulo (Vasco)


É claro que não iria todo mundo, se não os próprios clubes se desfalcam. Agora, se pelo menos metade destes jogadores fosse emprestado ao custo da metade do seu salário, teríamos um elenco mais qualificado para os "novos pequenos". Juntos dos que já estão por lá, a ascensão me parece consequência. Só uma ideia, só uma ideia....


Upas a todos e até a próxima!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Tá ligado, mano?

"Morou, truta?
Sempre tem um qualquer a mais pra fazer"


As sempre poéticas palavras de Mano Brown, do Racionais MC inspiram o post de hoje. Afinal, não é todo dia que o técnico da Seleção "se chama" uma gíria paulista. Além do mais, ao contrário do goleiro Bruno, eu não quero acabar na cela comendo "frango azedo com pEUNOmonia".
(para quem não entendeu, ouvir "Diário de um detento")



A convocação do bom técnico Mano Menezes para a nova Seleção Brasileira, maiúscula e ofensiva, não é aqueeela coisa. Vamos combinar que o Réver e o goleiro do Avaí não são lá essas coisas. De qualquer forma, tá aí o que você queria: O Brasil vai jogar de 4-3-3. Teoricamente,
aeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!
Tá bom, vai. O nosso técnico preferiu chamar de 4-2-3-1, mas vamos simplificar. Afinal, são só três jogadores de meio, dois atacantes pelas pontas e um centralizado. Portanto, 4 na zaga, 3 no meio e três no ataque, como eu já falei do Barcelona e do próprio Santos há um tempo atrás. A menos que ele realmente escale 5 meias, aí eu me rendo ao professor.

De fato, eu gostei da convocação. Alguns destes nomes seriam de enorme valia na África do Sul e serão importantíssimos para que o Brasil recupere o jeito "Brasil" de jogar bola. Volto a dizer que apoiei a seleção do Dunga a todo tempo e realmente achei que seríamos campeões, apesar dos pesares. Mas pesaram os pesares, fazer o que? A tentativa de transformar o Brasil em futebol europeu não vingou, para a alegria dos fãs do futebol-arte e desgraça dos fãs do futebol-resultado. E me alegra saber que o bom futebol da Espanha imperou e há de ditar uma nova tendência.

Tá certo, eu faria pequenas mudanças na lista, mas a gente tem que lembrar que não tem nada de fixo aí. Portanto RENAN, JUCILEI e EDERSON, tratem de mostrar serviço, "mininos"!

Na falta de uma profundidade que me chame ao desenrolar de uma filosofia de botequim, é hora de dar à Seleção do bom Mano Menezes o prêmio....

CHARADA!

Nosso amigo Jim Carrey aparece com seu personagem repleto de perguntas e nos presenteando com o futuro do scratch nacional.
O bom e velho Riddler me aparece à frente do futuro do nosso futebol, contrastando o belo com uma certa insegurança.

Eu sou realmente um otimista do futebol, acredito MESMO que dá pra ganhar jogando bonito. Só preciso saber se essa base criada por Mano Menezes terá uma mescla suficientemente experiente para, por exemplo, virar um jogo contra a Holanda sem perder a cabeça.


E não estou falando em pisotear e fazer gol contra não. Estou falando na falta de alguém que diga "Calma, moleque! Dá a bola em mim e faz o que você sabe, porque dá pra virar!". Simplesmente uma segurada de onda na hora que o bicho pegar. Só isso, mano.

Chegamos ao fim deste post ... Eu aqui, no meu velho e querido banco, e vocês de todo meu orkut. Porque? (....)
O blog é muito nosso! Tchaau!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Ladies and gentlemen...

The Letra na Bola Godzilla Prize goes to...

Amigos e leitores do De Letra na Bola,

Eu também estava com saudades..
Meus 11,3 leitores (ganhei mais um!) me cobraram muito durante a Copa do Mundo, sedentos por novas piadas infames e análises duvidosas, mas estive focado em jogos e trabalhos acadêmicos. Aproveito, então, o fim da Copa e a retomada do Brasileirão para voltar à carga sem medo de ser feliz.

Aproveito meu post de hoje para dar início às premiações do blog. Mas não precisa se arrumar, porque não é nada muito sério nem comprometido com a sociedade plural e globalizada. Assim sendo, e já tendo prometido em posts anteriores, estreiam hoje as nossas digníssimas homenagens. Como eu já havia antecipado, grandes nomes do mundo dos filmes e desenhos animados farão parte deste blog como símbolos de algo que está em voga.

E para começar com esse ar simpático e amistoso, hoje é dia dele... Godzilla. O prêmio Godzilla de hoje vai para... OS SITES DE APOSTA!

O Godzilla é algo que me assusta não só pelo tamanho mas pela sua capacidade de destruir uma imagem pacata que você faz de algo ou alguém. Só pra esclarecer, a imagem pacata não é dele, mas a da cidade onde ele faz aquele "mise-en-scéne". Como o lagartão (aliás, que bicho é esse?) fez em uma cidade, sinto-me também com parte das minhas crenças abaladas no futebol mundial.

Eu não vou entrar no mérito do que é certo ou errado, bom ou mau, vício ou diversão. Depende da dose com que você brinca. Agora, depois que eu entrei para simplesmente olhar a dinâmica da coisa, eu comecei a entender bem o caso Edílson Pereira de Carvalho.


Sempre soube da existência destes sites, e também do seu lado perverso. No entanto, por nunca ter entrado em um, eu fiquei boquiaberto com a amplitude das tentações que se oferecem ao "cliente". Não vou ficar dizendo o nome da tal home page, pois não acho que mereça crédito.

São mais de 80 opções de aposta por jogo (!!!), cada uma com pelo menos duas opções. Isso vai desde o vencedor da partida até o próximo arremesso lateral! Quem entra pra brincar perde pouco e quando ganha, ganha pouco. Mas, para quem "não brinca" e tem influências, a grana é fortíssima. Pior para o futebol.

Fiz a experiência de assistir Argentina x México com o site aberto em um laptop no meu colo. Assim, acompanhei quase que simultaneamente as duas atividades. Ainda crente de que o futebol não está vendido, me surpreendi com tanto dinheiro que pode ser ganho em coisas tolas. Um lateral mal marcado, um pênalti duvidoso e o impedimento esquisito ganham contornos de propina, e a impressão é de que o jogo realmente gira em torno daqueles tópicos frenéticos de aposta. E os juízes com aquele fone-de-ouvido, sei lá...

Sim, eu sei que a coisa (ainda) não está nesse nível ,e eu realmente espero que não esteja. Agora, se há pouco mais de um mês eu escrevia defendendo uma certa inocência no futebol, acho que acabei de enterrá-la viva com meia pá de cal. Meia pá sim, porque ainda dá pra respirar e eu insisto em não acreditar na compra total das coisas, entende? Por isso, dada a complexidade da situação, resolvi não entrar para não incentivar a coisa. E continuo achando que a Copa do Mundo não é comprada e não há complôs contra uns ou outros.

Aliás, a Espanha vencer a Copa foi um alívio! Torci e MUITO pelo Brasil porque sou brasileiro e acreditei que a seleção de Dunga fosse passar por tudo isso. Mas, a partir do momento em que saímos, torci para que a seleção de melhor futebol vencesse. Da mesma forma com que o Brasil vitorioso de 94 nos influenciou a jogar feio e sem talento, espero que o toque de bola e o futebol "ofensivo e envolvente" (clichê!) da Espanha determine uma nova ordem na nossa bolinha murcha. Enfim...

Bom te ver de novo!
Grande abraço!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

"Deixo assim ficar sub-entendido...

...Como uma ideia que existe na cabeça
e não tem a menor obrigação de acontecer"


Parece que a canção do inspiradíssimo Lulu Santos se encaixa com o que vimos e com o que NÃO vimos na seleção brasileira neste início de Copa do Mundo. A ilusão de um futebol bonito e eficiente realmente parece não ter a menor pretensão de dar as caras, mas fica suspenso, para os capazes de ler onde não há escritos, um ar de "vai dar certo, eu acredito!". Os versos parecem se encaixar como duas peças da mesma caixa de Lego.



E olha que a minha motivação para este post não foi o jogo em si, mas o que descobri algumas horas após o jogo. Pasmem, encontrei mensagens subliminares da Nike na camisa da seleção brasileira. Veja:


É ou não é de dar inveja na Disney?

Numa noite sem grandes pretensões, resolvi tirar a camisa com a qual torci e andei de lá pra cá. Eis que para minha grande surpresa, ao bater o olho na camisa estirada numa espreguiçadeira, tava o escrito me olhando: "orgulho e amor".


Estranho isso, até porque nas outras camisas não havia essa inscrição secreta. Ainda mais porque já existe uma outra inscrição, "nascido para jogar futebol", às costas. Tudo bem que esta última foi feita antes da convocação do Felipe Melo, mas...

É nessas horas, inspirado pelo que estamos vendo do Brasil e de todo mundo nessa Copa do Mundo (que eu, sem problemas, faço a simpática analogia à Culpa do Mundo) que eu me pergunto: O que demonstra AMOR e ORGULHO à seleção? Às seleções? Segundo o Dicionário De Letra na Bola ...

"AMOR E ORGULHO" - Diz-se da inscrição na camisa da seleção brasileira referente à temporada 2010. Demonstra minimamente as segundas intenções do patrocinador, das quais se deduz:
a) O verbete "amor" não se refere apenas ao que os atletas do ludopédico devem sentir por seus países. Faz referência ao sentimento de certos membros da imprensa¹ por críticas exacerbadas e muitas vezes infundadas em relação a alguns técnicos de futebol².
b) O verbete "orgulho" está ligado ao prazer de representar instituições e federações em eventos internacionais. Pode também ligar-se ao estado de espírito de alguns profissionais da área esportiva² que acreditam piamente em seu trabalho, a ponto de não se deixarem influenciar por terceiros¹, nem por segundos³, nem por primeiros4. Usualmente, para estas pessoas, coerência e incoerência são termos vagos e facinhos de confundir com João do Caminhão.

¹- Procurar por: "Craque Neto", "Milton Neves", "pessoas mal-amadas que queriam ser da Globo mas não são por incompetência".
²- Procurar por: "Dunga"
³ - Procurar por: "Opiniões sensatas e construtivas"
4 - Procurar por: "Mãe dele"

Para o próximo post, não percam! Prêmios e homenageados conforme prometido às vésperas da Copa.

Grande Abraço!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Agora é oficial

Pra não dizer que não falei de flores, aqui estão minhas modestas opiniões para a Copa do Mundo que começa nesta sexta. Não vou colocar todos os placares, mas só os classificados e confrontos. Os grupos estão na ordem "1º ,2º". Podem copiar minha tabela, contanto que pague royalties se ganhar bolão, tá?
Aí vai minha tabelinha!



Brinks! hahaha!

1ª fase

Grupo A - França, Uruguai
Grupo B - Argentina, Nigéria
Grupo C - Inglaterra, EUA
Grupo D - Alemanha, Gana
Grupo E - Camarões, Holanda (turum tsss)
Grupo F - Itália, Paraguai
Grupo G - Brasil, Portugal (dúvida quanto à Costa do Marfim)
Grupo H -Espanha, Chile

Oitavas-de-final

França 2 x 1 Nigéria

Inglaterra 3 x 1 Gana
Argentina 3 x 1 Uruguai
Alemanha 2 x 1 EUA (talvez na prorrogação)
Camarões 2 x 1 Paraguai
Holanda 3 x 1 Itália
Espanha 3 x 1 Portugal
Brasil 3 x 0 Chile

Quartas-de-final

Inglaterra 2 x 1 França (maior das dúvidas)
Brasil 3 x 2 Camarões
Argentina 2 x 0 Alemanha
Espanha 2 x 1 Holanda

Semi-finais

Brasil 2 x 0 Inglaterra
Argentina 2 x 1 Espanha

Decisão 3º Lugar

Espanha 3 x 1 Inglaterra

GRANDE FINAL

BRASIL 3 X 1 ARGENTINA

E tenho dito...

domingo, 6 de junho de 2010

Discurso, discurso!

"Feliz aniversário meu amor!
Espero que você esteja muito feliz.
Que pena amor,
Não posso fazer o que eu sempre quis"


E é nesse maravilhoso clima de pagode velho que eu dou início a um post especial. Não pelos acontecimentos da semana, não por mais críticas, ironias, nem nada. É só e exclusivamente porque no dia 06/06/2008, há exatos 2 anos, este maravilhoso blog recebia seu primeiro post.

Então, a prioridade de hoje é agradecer a todos vocês, meus 12,3 leitores, pela fidelidade ao blog e por me acompanhar na dura jornada de falar de futebol mesmo quando não se deseja. Agradeço a todos que fizeram aquele pequeno contador de visitas andar pelo menos uma vez, e já que estamos nos aproximando da casa dos 3000, sei que algumas pessoas já passaram por essa maravilhosa casa da crônica fuleira esportiva. A vocês, o primeiro pedaço!

Queria aproveitar o ensejo para fazer uma rápida retrospectiva e dizer que tenho convicção de que, de lá pra cá, abandonamos SIM o estilo "blog comentarista". Sinceramente, não vi futuro em ser "mais um" no meio de tantos sites, programas de rádio e TV que olham para uma partida e avaliam como foi. Existem milhares de pessoas com mais crédito e fama do que eu, não adianta.
Por isso, vocês devem notar que começamos a relacionar o futebol com músicas, poesias, crônicas, homenagem e bom humor. Acredito que o sucesso do blog está em tornar a leitura fácil e agradável para quem gosta ou quem não sabe bulhufas de bola, jogadores e esquemas táticos.
Por isso, seguindo esta tendência, anuncio que novidades vêm por aí. Entraremos de cabeça no mundo infantil, dando troféus, prêmios e títulos fictícios a personagens do mundo esportivo. Como acabei de anunciar no twitter (@deletranabola), acertei a contratação do Coringa, do Godzilla, do Charada e do Robin. Até o fim da Copa, outras novidades vão pintar!

Portanto, estamos rumo aos 3 anos, e depois 4, e depois 5, até que eu chegue ao cúmulo de colocar o blog como minha página inicial só para ganhar mais visitas no contador, pois nem mesmo meus 10,3 leitores (sim, nesse meio tempo perdi 2 leitores) me aguentarão mais. E vamos Brasil! A Copa tá aí!!!

Ah, que isso! Não precisava!!
Beijos!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Shh! Silêncio!

"Maravilha maravilha", parceirinhos e parceirinhas!
Estou feliz em ver este espaço cada vez mais numa tendência de ser mais diferenciado do "blog esportivo padrão". Além disso, estou tentando voltar a uma constância de posts. Por enquanto, estou mantendo o padrão semanal, mas a coisa vai melhorar!

Entramos já em clima de Copa do Mundo desde o último texto, o que significa que vou fazer suspense de meus palpites. Pelo menos até semana que vem, ou a hora que eu achar certo. O principal eu já falei e continuo convicto de que o Brasil será campeão do mundo. Jogando bem ou mal, o Brasil é disparada a "melhor seleção europeia" e, acredito eu, do mundo.

Como disse semana passada e talvez tenha ficado mal-entendido pro Anônimo que comentou, eu não acho injusto criticar o Dunga. Até porque eu também critico, e bastante. Só acho que não é mais hora de chorar sobre o defunto. Se é com esses que o Dunga vai, é com esses que eu também vou e pronto!

Até aí, tudo bem. É justíssimo que as pessoas discordem, tanto que a crítica é unânime, mas ninguém chega a um consenso de uma "seleção ideal". Já reparou? Cada um acha uma coisa, quer o Ronaldinho ou não, leva o Adriano ou não, enfim... Seleção brasileira é que nem boneco de argila em escola primária: Cada um faz o seu e ai de quem falar mal do amiguinho!




O que eu sinceramente não entendo e tampouco suporto é a famosa teoria da conspiração. Acho de uma extrema falta de argumentos aquele papo de "Ah, mas o Brasil não vai ganhar esse ano. Já tá combinado, pra poder ganhar em 2014". Esses indivíduos são os mesmos que acham que a televisão manipula resultados e qualquer campeonato que seu time perca é armado, é coisa da Globo, tudo dinheiro forte, "rapá". Ahh, vê se não me mata com a faca de manteiga!

Primeiro que eu custo a imaginar que o Sr. Joseph Blatter reuniu todos os presidentes de todas as federações da Copa e informou que este ano a Copa tem que ir pra Alemanha (exemplo). Assim, todos os outros 31 balançaram a cabeça afirmativamente e comunicaram seus assessores, que por sua vez repassaram à comissão técnica. Então, no primeiro dia de concentração de cada país, os técnicos reúnem seus jogadores no centro do gramado e diz "olha gente, este ano a gente só pode ir até as oitavas-de-final, porque já tá tudo certo que vai ser da Alemanha. Então, teremos um mês de concentração, jogos e clima tenso para nada. Podem começar a correr em volta do campo". Os jogadores, muito obedientes, sorriem acertivos e treinam como se nada fosse.

É óbvio que toda esta tramóia acontece por debaixo dos panos, porque nínguém jamais poderá revelar um caso como esse. Nem jornais, nem tablóides sensacionalistas, nem X9, nem a Chatuba, nem Joana. É tudo escondido, tipo isso:


Eu não tenho a MENOR dúvida de que o dinheiro move montanhas e manipula resultados por aí afora. Agora, teorizar que há um complô que impede o Brasil de ganhar uma Copa do Mundo é um pouco além do que eu posso crer. E mais: Se já tá combinado, por que diabos estes mesmos teóricos inteligentíssimos continuam a criticar sem limites? Se tá combinado, não faz diferença! Pode chamar logo o sub-17 do Serrano! Pelo menos poupa a galera que joga em clubes...

Se algum dia isso for descoberto e comprovado, eu não tenho certeza de que vou querer ser o tal descobridor. Dentro da profissão de jornalista, eu receberia qualquer prêmio, estátua, salário, mulheres e dinheiro. Mas a minha decepção seria tão grande que talvez não compense. Fora a minha cabeça, que ficaria a prêmio para atiradores de elite.

Seria como diz Marisa Monte: "Desilusão, desilusãããão! Danço eu, dança você..."

Forte abraço, e vamos Brasil!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Tristeza, fica lá fora!

Queridos!

Em clima de Copa do Mundo, Simonal no título e novas manias (como a de comentários entre parênteses), entramos em mais um debate "complexíssimo" (neologismo) que abala nossas mentes e corações (clichê). A relação dos 23 homens da vida de Dunga, divulgada na semana passada, ainda causa revolta e questionamentos por aí afora. "Que 'scretch' mais sem sal", dizem todos. Mas posso falar? Convocar uma seleção unânime e sem preconceitos é missão impossível. Né, Tom Cruise?





De fato, aglumas convocações são contestáveis. Kleberson? Gomes e/ou Doni? São perguntas que me fiz durante os últimos dias, mas que decidi dar um tempo. Antes que me perguntem, digo logo que não acho um absurdo a presença de Josué e Julio Baptista.

Calma, guardem as pedras. Apesar de concordar no sentido de que existem melhores opções no mercado, pensemos juntos: Levar o Josué NADA tem a ver com a ausência de Ganso e Ronaldinho, pois são jogadores de posições diferentes. E, cá pra nós, o Josué é primeiro volante e não tem taaanta opção melhor assim. Teste rápido: Fala três volantassos que não foram convocados em detrimento da xerox do Zezé di Camargo (ou, para os íntimos, Josué).

Vai, mais um tempinho pra você. Viu? É difícil!

Julio Baptista é outro caso. Ele figura entre os favoritos do professor, mas mostrou serviço sempre que foi chamado. O Ronaldinho, craque e MUITO melhor jogador que é, não conseguiu convencer com a amarelinha. Desde 2005.

Não acho que ele (Ronaldinho) não devesse ir, pelo menos para o banco. Só acho que existem outras soluções que não sacar o primeiro nome que vem à cabeça. Me parece mais lógico sacar o próprio Kleberson ou Gilberto, já que o polivalente Daniel Alves faz bem a função pela canhota. Com essa vaga aberta, ficaria mais fácil.

Fato é que cada um tem a sua seleção e entre nós mesmos, os populares, há muita discordância. Esteja Dunga certo ou errado, é com essa que a gente vai. Vamos então parar de polemizar o que já está feito e se juntar ao "bonde", que tal? Tenho convicção de que vai dar Brasil, calando as vozes mais pentelhas e os adeptos da conspiração, que têm certeza de que não podemos ganhar esse ano pois "já está tudo certo" pra levarmos em 2014. Faça-me um favor!

Em clima de fé e esperança (clichê²), fechamos o post de hoje. Pra vocês, na parte cultural do post, fica o link do vídeo da música "Aqui é o país do futebol", de Wilson Simonal, regravada por Simoninha. Vale a pena!

http://www.youtube.com/watch?v=z-4S2yUtpdc

Grande abraço!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

"Comigo é na base do amor"


O título de hoje é uma paráfrase à cantora mais quase-Ivete do Brasil, a linda e loira Cláudia Leitte, que parece ter profetizado o futuro do futebol carioca no primeiro semestre. Com Botafogo, Fluminense e Vasco eliminados da Copa do Brasil, só sobrou Vagner Love e cia. Bom que se diga, não estou idolatrando o Império do Amor (nomezinho cafona, mas passa) e tampouco o Flamengo, que não tem feito jus ao que se espera, mas é a realidade.



O "Império do Amor" (não gostei de escrever isso), na prática, não deu certo. Pelo menos no que diz respeito ao Imperador. Sabe-se lá por que cargas d'água Adriano resolveu descambar de vez às vésperas de ir pra Copa do Mundo. Não que ele viesse rendendo pela Seleção, mas porque fizera um trabalho IMPECÁVEL em 2009, conquistando o Brasileiro e a torcida. Porque ele era sim, digno de ocupar o lugar de Patos e Grafites por aí afora. A tal "joanite", a vida "movimentada" e principalmente a falta de foco e de profissionalismo tiraram o Imperador do mundial. É duro, mas é real. Do início do ano pra cá não houve mais império, pelo menos até que a bunda-moleza (ou, se preferirem, bananice) de Marcos Braz, Andrade e cia terminasse. A nova "filosofia de trabalho" ainda é muito novo para ser julgado.

Entre o Império e o Amor, no entanto, a parte da "passionalidade" me surpreendeu. Eu confesso (e repetirei se necessário) o quanto me desapontou a medida da diretoria em deixar Zé Roberto ir embora para trazer Love. Era mais dinheiro em um jogador que nunca me inspirou confiança, além da imagem não tão boa que ele me passava de chinelinho, arrumador de encrenca. Fora o tanto de gols que eu o vi perder por Palmeiras, seleção, etc. Ficou só na imagem, pelo menos até a data de publicação deste post.

Talvez, no burocrático Flamengo versão 2010.1 (até o meio do ano), Vágner Love seja um dos pouquíssimos jogadores que veste de verdade a camisa do clube. O feíssimo atacante rubro-negro abriu mão (de fato) dos seus privilégios, treinando com afinco e dando resultados em campo.

Artilheiro do (fraco) Campeonato Carioca, Love se mata a cada jogo indo e voltando durante 90 minutos, muito mais do que o próprio Zé Roberto fazia no time campeão brasileiro. Isso já desmonta, de cara, minha antiga teoria que reprovava a vinda do trançudo. Fora os gols marcados em jogos importantes, como os clássicos e o recém-jogado Corinthians x Flamengo, que mostram que ele não "amarela" quando o bicho pega. Em tempos de Lei Pelé e Euros que circulam livremente, fica difícil falar em amor à camisa (até porque eu nem acho que Vagner vá ficar mais muito tempo sem ganhar em Euro), mas que existe uma identificação clara, ah, isso existe.

Talvez seja essa a diferença que tem feito do feio o bonito no time do Flamengo. Talvez, com a mudança de comando no futebol, alguns jogadores já estejam também mudando sua mentalidade em prol do "100% Flamengo". O Flamengo dos últimos dois jogos é, no mínimo do mínimo, mais voluntarioso e dedicado. Como todo bom romântico, eu ainda deposito alguma esperança naqueles que vivem e respiram um clube. Sentem-se realizados em entrar em campo, ouvir seu nome gritado, devolver ao clube as alegrias que lhe foram proporcionadas alguns anos antes, quando o personagem ainda era um menino descalço pelas ruas.

Neste discurso, estou imbutindo também meus elogios à presidente (ou presidenta) Patrícia Amorim, que peitou pessoas e ideias em prol do nome da instituição. Procurou manter a política de identificados com o clube, sem relaxar com a disciplina. Em consequência, assumo também que errei em alguns pré-julgamentos que fiz em relação a ela quando do início da gestão.



Vai dar certo? Não sei. A bola do Flamengo ainda não está em seu ponto mais redondo para ser campeão da América. Pela frente, ainda há 6 jogos (se for) dificílimos com decisões sempre fora de casa. Será o preço pela irregularidade e o relaxamento inicial, que por outro lado acabam até evitando eliminações do tipo "maracanazzo". Haverá sempre uma esperança, a menos que se tome um caminhão de gols aqui dentro.

De resto, apesar do título conquistado merecidamente pelo Botafogo, ainda vejo o Flamengo como o melhor (ou menos pior) dos times cariocas. Talvez o único com ambições para o resto da temporada. E não, o Botafogo não me convence nem com Maicosuel, se vier.

Se o Império está em derrocada, o Amor está em alta! Viva a breguice dos dedinhos em forma de coração!

Um abraço!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Aos retranqueiros do Brasil...

Amigos e leitores do DLNB,

Hoje aproveito meu espaço para expressar minha inconformidade com sistemas retranqueiros. Sim, eu entendo, eles estão na moda e ganhando títulos. Mas pelo bem do futebol, POR FAVOR, abandonem essa ideia. A torcida do Inter talvez me entenda, em função das traquitanas mal-sucedidas do ardiloso Fossati.


Talvez pelo fato de ser uma coisa meio retrô, mas eu ainda sou adepto do futebol sempre-ofensivo, aquele 3-4-3 com pontas habilidosos e um centro-avante matador, municiados (é claro) por um camisa 10 (ou 19, ou 80, já não existe mais regra de número) habilidoso. Para equipes que não dispoem de mais de 2 bons atacantes, que ponham pelo menos dois meias de armação. Defender intensamente com 6 e outros 1 ou 2 cercando já não tá de bom tamanho?

Aí eu vejo pessoas em profusão que comemoram a derrota do Barça na Champions League. Vejo pessoas torcendo para o Santos perder para Deus e o mundo. Os homens mais avançados no meio do Flamengo são Willians e Michael. O Botafogo é campeão com bicões pra lateral e bola parada pro Loco Abreu (horroroso). Pelo visto eu tô errado, né.

O bom é isso aí, ó!!



Vão, idolatrem o 4-5-1. De preferência com laterais bem defensivos, alas limitados, dois volantes e um meia apenas, que não sabe bem se é meia ou se encosta no ataque.

O Flamengo ganhou a Copa do Brasil em 2006 desta forma.
Mentira. O time do Fla, apesar de bem trancadinho, só venceu os jogos quando o então técnico Ney Franco tirou um volante para colocar Obina ao lado de Luizão, transformando num 3-5-2. Com Leo Moura e Juan sempre no ataque, Renatos Abreu e Augusto na meiuca, o time não é tão defensivo assim, né?

O Barcelona pode ser visto como um 4-5-1, não um 3-4-3.
É verdade, mas cuidado. Nesses 5, podem estar Pedro, Bojan, Ibrahimovic, Henry. Sem falar na vocação ofensiva de Xavi e Iniesta. Aí sim, vale a pena botar o time no 4-5-1 (que eu continuo chamando de 3-4-3, mas fica por isso mesmo). Estude a figura abaixo e conclua.
Ah, e antes que perguntem, eu não tenho NADA contra a Inter de Milão, muito pelo contrário. Só não consigo ver um motivo racional para não querer este Barça na final. Por que o Messi é argentino? Então dane-se a bola que ele joga, o espetáculo que ele dá? Vão me desculpar...



Não, eu não estou revoltado com nada nem ninguém em específico. Só não vejo beleza em futebol feio. Não há agulhas nesse palheiro.

Ave, Santos!
Ave, Barcelona!

Um abraço!

terça-feira, 6 de abril de 2010

"Amor e sexo" boleiro

Futebol europeu é chato. Qualquer Cabofriense X Madureira é mais "assistível" do que um jogo válido pelo Calcio (Campeonato italiano), por exemplo. Você sabe disso.

Não tem exemplo melhor: De bobeira num sábado à tarde, resolvi assistir a uma partida que me parecia ser um jogaço. Entravam em campo Milan e Roma, 2º e 3º colocados no campeonato, respectivamente. Ambos viviam a expectativa da liderança. E o que aconteceu? NADA. Um zero a zero chatíssimo, num jogo que me fez dormir (literalmente). Só despertei-me ao ver que, aos 35 do segundo tempo, Ronaldinho Gaúcho resolvera que resolveria sozinho. Tadinho.

Tudo isso é expressa opinião pessoal, mas que vejo se refletir na opinião "geral". No entanto, ela se dissolve quando está em campo um tal de Lionel Messi. E o jogo entre Barça e Arsenal foi uma baita inspiração para o texto de hoje.







Curioso, esses dias mesmo, peguei aqui em casa uma "Placar" de uns dois anos atrás, quando o badaladíssimo Ronaldinho Gaúcho do Barcelona falava sobre seu amigo pupilo. O então garoto argentino, promessa de sucesso, mal sabia que salvaria um esporte da chatice.

Eu realmente sinto pena de Ronaldinho. Vá lá que ele não tenha jogado bem no último ano, acontece. Vá lá que ele não mais seja o Ronaldinho do Barcelona, é possível. Da mesma forma, Messi pode não mais ser este fenômeno quando deixar (se deixar) o Camp Nou.
Agora, já viram o que o time do Milan oferece, em matéria de futebol, ao dentuço?



Como é que o Ronaldinho vai jogar aquela bola do Barcelona se trocam o Xavi pelo Flamini, o Henry pelo Borrielo, o Iniesta pelo Gattuso? Pra mim é muito claro que o Ronaldinho está SIM jogando bem, só está sofrendo de um mal crônico: solidão. Quando não tem o Seedorf, ele não tem com quem jogar.

Messi e Ronaldinho são o fino do futebol, vivem os extremos de uma carreira e compartilham o mesmo problema: Não rendem pela seleção o que rendem em seus clubes. A grande diferença, ao que tudo indica, é que ao menos Messi vai pra Copa e pode (por que não?) carregar sua seleção nas costas.

Me impressiona esse tanto talento em dois estilos distintos de tornar mágico o futebol chato. Vejo Ronaldinho e Messi, para o futebol, no nível de "Amor e sexo" para Jabor. Pensei até em arriscar alguns versinhos.

Talento faz bonito
O chato do esporte
Na Europa é tudo lento
"Os alemão são forte"

O Messi e o dentuço
Jogando pra inglês ver
Chaleira e caneta
Os reis do metiê

O negócio é parceria
No Barça facilita
Com Iniesta é mole
Ambrosini complica

O Messi tem o "Ibra"
Pra tabelar
Coitado, Ronaldinho
Só tem Huntelaar!

O Messi é objetivo
e oportunista
Ronaldo é moleque,
malabarista

(ref.) Os dois quando jogam
Fazem um carnaval
Eu quero é os dois na Copa
Entortando geraaal!


Abraço!

quarta-feira, 31 de março de 2010

Eu queria ser Armando Nogueira

Esta semana começou esquisita. Nesta segunda o tempo fechou, pássaros não cantaram e a
criançada foi ainda mais sonolenta pra escola. A tradicional segunda-feira, costumeiramente mais sem-graça que chuchu sem azeite, tornou-se triste e melancólica. A imprensa brasileira, ou melhor, o Brasil perdia um dos homens mais respeitados da sua breve história.

Sr. Armando Nogueira foi simplesmente um dos criadores do Jornal Nacional. Revolucionou a linguagem do telejornalismo brasileiro (antes inspirado no rádio). Cronista, tratava as palavras como ninguém. Profissional até o último fio de cabelo. Respeitoso, amigo e dedicado. Imparcial, apesar de botafoguense confesso.

Clássico camisa 10 da literatura. Nogueira fazia de seu extenso vocabulário um arsenal de grandes lances e jogadas. A precisão "léxica" é parte integrante de seu repertório. Sua caneta era sua perna mais forte, que mistura a força destra com a habilidade da canhota. Assim, como se fossem as coisas mais simples do mundo, fomos apresentados às suas maravilhosas descrições de clubes, jogos e jogadores. Usou prosas e versos para falar de Pelé, cuja classificação não pode se resumir a "jogador". Pelé era Pelé, e Armando sabia bem disso. A relação de Armando com o papel e a caneta era a mesma de Romário com a área e o gol.

Jornalista. Os depoimentos de profissionais conceituados falam por si próprios. William Bonner, José Carlos Araújo, Teixeira Heizer, Lillian Wittefibe. Todos renderam homenagens ao homem que ensinou

Aviador. Armando Nogueira, aos 83 anos, decide voar. Alma de menino, corpo senhoril, pensamentos de um gênio. Agora que voa, voa alto e plana sobre as cabeças de pobres mortais que se rendem a suas obras. E tá aí, por todos os lugares, sua herança vai do Maracanã à Wikipedia. Dos livros aos botequins. Armando Nogueira é um nome acima do bem e do mal de nossa cultura. Eu queria ser Armando Nogueira, ou só metade dele. Queria ter esse poder de escrita, esse vocabulário, a capacidade de santificar um esporte profano sem sacar-lhe as raízes. Quem não quer?

Obrigado Armando Nogueira. Você não morre nunca.

terça-feira, 23 de março de 2010

Convocação para a Copa!

O De Letra na Bola convoca seus 12,3 leitores, oficialmente, para abrir o período de trambiques em tempos de Copa!

Ninguém consegue ficar parado às vésperas de uma Copa do Mundo. Já noto mobilizações em torno de todas as esferas sociais para a programação dos meses de Junho e Julho. O Brasil estará em campo, e a gente se esforça pra não perder nada! Mesmo não sendo jogo do Brasil, a Copa vira desculpa pra qualquer coisa. Argélia e Eslovênia, pelo grupo C, por exemplo. Jogaço, clássico mundial!

Quem trabalha tem duas alternativas: Atestado médico (não tão honesto, tampouco convincente) ou dar um jeito, mudar seu horário de trabalho, fazer hora extra ou qualquer coisa que se julgue mais justa. Quem estuda também precisa ficar atento ao seu número de faltas e calendário de provas. Embora o único grande jogo da primeira fase seja o do Brasil, quando todos serão liberados para assistir, é difícil ficar sem ver a Argentina, a Holanda, a Espanha. O mapa da mina é economizar faltas, puxar saco de professores e contar com a boa vontade dos grandes mestres. Quem trabalha E estuda não vai ter jeito. Como num cobertor curto, onde se bate os dentes ou sente o vento frio no pé descalço. Amigos estagiários e guerreiros em geral, juntem os conselhos acima e façam o possível.

E já que estamos falando de Copa, vamos ao tema "convocação". O que se espera e o que eu espero. Quem o Dunga leva e quem o "De Letra na Bola" levaria. Vamos brincar até de numerá-los, numa brincadeira lúdica e altamente não-confiável. Para não ficar banal e em cima do muro, acho que não adiantaria simplesmente dizer sim ou não. Quem critica tem que ter soluções. Vambora!

Provável seleção titular do Dunga (opinião do blog entre parênteses):

1. Julio Cesar (Preciso falar?)
2. Maicon (Idem)
3. Lucio (Idem)
4. Juan (Idem)
5. Felipe Melo (Argh!)
6. Michel Bastos (É, na falta de coisa melhor...)
7. Elano (Sei lá...Pra mim é banco)
8. Gilberto Silva (Já deu,né?)
9. Luís Fabiano (Incontestável)
10. Kaká (Não tem discussão, é craque.)
11. Robinho (Titular sim, mas pode perder pro Nilmar)

Prováveis reservas do Dunga:

12. Doni (Não é titular nem na Roma. Não gosto, nunca gostei e não levaria.)
13. Dani Alves (Já fui contra. Hoje, aprovo e carimbo.)
14. Thiago Silva (Justo, justo.)
15. Luisão (Pra reserva tá bom.)
16. Gilberto (Pra mim, não há necessidade de outro lateral-esquerdo.)
17. Josué (Todos criticam, mas não tem muita opção.)
18. Adriano (Futebol tem, basta querer. Se der outro mole, tchau!)
19. Julio Baptista (Entrou e firmou. Eu vou contra a maré e aprovo!)
20. Kleberson (Até entendo pelo seu histórico, mas atualmente não justifica)
21. Nilmar (Tem estrela e joga muito. Tá lá!)
22. Victor (Bom goleiro. Vai, garoto!)
23. Ramires (Bom de bola, mas não sei se vale a pena)

Resumo das críticas:

23 jogadores, 16 concordâncias e 7 contestações. Vamos resumir!
Minha crítica está nas presenças de Felipe Melo, Gilberto Silva, Elano, Doni, Kleberson, Gilberto e Ramires.

Destes, acho que eu "chutaria o traseiro" dos dois primeiros,do Kleberson e do Gilberto, o que abre 4 vagas. Acho que os outros podem ser reservas e eventualmente titulares, caso seus rendimentos estejam de acordo. Preencheria as vagas da seguinte forma:

Qualquer goleiro é melhor que o Doni. Tá?

Saem Felipe Melo e Gilberto Silva. Isso poderia promover Elano, Ramires, Josué e ATÉ Daniel Alves, bem como trazer de volta jogadores como Lucas (Liverpool) e Sandro (Internacional - POA). Cá pra nós, não me lembro de grandes volantes de contenção que joguem muita bola e estejam às moscas.

A saída de Gilberto é, na minha opinião, a abertura de uma brecha para um jogador de meio-campo. Vejo Dani Alves como um coringa bem útil, que pode atuar tanto na destra como na sinistra. Caminho aberto para um tal Ronaldinho Gaúcho, caso ele aceite ser banco.

Para a vaga de Kleberson, com tantas opções de meio-campo, eu reservaria a 23 para um jogador novo, respeitando o que vem acontecendo nas últimas copas. Mesmo que não jogue com freqüência, gostaria de ver um dos meninos da Vila por lá. Ganso e Neymar são belíssimos candidatos.

Tá bom por hoje?

Um abraço!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A Guanabara tá no Fogão!




Para a surpresa dos espectadores do futebol carioca, o Botafogo leva mais uma TG ao
seu forninho. Não bastasse a já surpreendente vítória sobre o Flamengo, a equipe de
General Severiano bateu o Vasco e levou um caneco de forma inesperada.

Méritos totais para Joel Santana, alguém duvida? O elenco é o mesmo da era Estevam
Soares, o time titular também quase não mudou. A diferença é que o Natalino sabe como ninguém trabalhar um time em suas limitações. Foi assim o Flamengo de 2005, o de 2007 e agora o Botafogo em 2010. Tenho a impressão de que a presença de Joel é mais imponente do que o próprio time do Botafogo.

Não façamos auê onde não há. Apesar do título, merecido pela enorme mudança interna promovida por Joel, o Botafogo ainda está longe de ser o melhor do Rio. A zaga ainda não é a ideal, o meio-de-campo não existe. Salvemos a dupla de ataque gringa, o bom Caio Canedo e o empenho geral em fazer o Botafogo vencer. Mas, friamente analisado, o time do Botafogo se resume a se fechar lá atrás para talvez, em uma bola aérea, encontrar seu gol. De resto, não há jogada.

A solução é uma só: Mudar a escalação. Para trazer de volta um Botafogo que de fato jogue com a bola nos pés, o time precisa trazer um ou dois jogadores que vistam a 10 - não necessariamente na prática, mas pelo menos no estilo de jogar "pra frente" . Falta um bom toque de bola, um aramador de qualidade. Falta alguém que jogue e faça jogar. Caio Canedo é uma boa opção, mas a sua juventude pode trazer imaturidade e irregularidade.

Não acredito que Flamengo e Vasco possam perder novamente para este time do Botafogo. Inclusive, basta ver como foram os dois jogos para se notar que o Bota foi dominado durante os 180 minutos (90 + 90), e precisou de Caio para se soltar e garantir as vitórias. Mesmo o Fluminense me parece um time melhor.

De qualquer maneira, serão estes três times os responsáveis por tentar impedir um título sem finais para o Botafogo, fato que não acontece desde o Flamengo de 96. É aguardar pra ver...

Parabéns, Botafogo e Joel!!!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Especial Flamengo

Por que o Fla, logo hoje?

Escolhi o Flamengo como o último especial não foi à toa. No mesmo ano, o clube chegou ao "pentatri", passou por momentos difíceis e, quando se falava até em fugir da Segundona, o time começa uma reação incrível. Com competência, humildade e sorte de campeão, o Mengo quebra um jejum de 17 anos e chega ao tão sonhado Hexa. O mais curioso é que o Fla foi campeão contrariando tudo que manda a cartilha do futebol: Estádio próprio, planejamento, CT, visão futura, investimentos...

Tudo que a gente pode colocar um "ah,mas..." da temporada de 2009

Nem tudo foram (Erick) Flores na temporada 2009 do Mengo. É difícil falar de coisas ruins, mas acredito que a eliminação da Copa do Brasil aos 44' do 2º tempo para o todo-poderoso Internacional de Nilmar foi um ponto chave. Mesmo jogando bem, merecendo a classificação inclusive, o time do então técnico Cuca sofre um gol de falta e sai da disputa.
Outra baixa foi o próprio Cuca. Mesmo conquistando o Estadual, o técnico em sua época rubro-negra mostrou-se complicado e divisor de opiniões. Inventou demais, trocou jogadores de posição, mudou o esquema todo mas o que se viu em campo não agradou. Caiu após o empate em 1 a 1, contra o Barueri, dentro do Maraca.
As saídas de Ibson e, posteriormente, Emerson causaram certo pânico. Sem substitutos à altura, o Fla passou por poucas e boas até que Petkovic e Zé Roberto voltassem a jogar o fino do futebol.


Ok, agora vamos falar de coisa boa

O começo do ano foi marcado pelo Pentatri, que não se deveu exatamente a um bom futebol, mas à presença de um líder. Fábio Luciano saiu do Mengo como um ídolo para as novas gerações, pois mostrou ter o legítimo sangue rubro-negro em pouco menos de dois anos.

As melhores contratações do Flamengo parecem mesmo ser as de meio de temporada. Como foram Fábio Luciano e Ibson em 2007, a postura do time foi outra após as chegadas de David, Álvaro e Maldonado (sem falar, é claro, em Adriano). O trio foi responsável pela arrumação da zona chamada "defesa do Flamengo". Assim, foi possível que os outros setores subissem de produção e impulsionassem a equipe rumo ao título. Vale lembrar, a carência de um líder foi suprida com a chegada do camisa 14 (Álvaro) ao ponto de Willians e Aírton pararem de dar pisões e serem constantemente expulsos. O novo xerife assumiu o posto de "mau" e parece ser o sucessor ideal para o já citado ex-camisa 3.

Também é fundamental lembrar do renascimento de Pet e Zé Roberto, que andavam sem moral nenhuma. O primeiro, rejeitado por Cuca, veio após um polêmico acordo e entrou pela porta dos fundos. Apenas com Andrade o gringo pode viver novamente o frisson da galera que o idolatra desde o início da década. Já o segundo vinha de uma fase terrível. Jogava mal, era vaiado e só não saiu porque ninguém o quis. Na reta final do campeonato, juntou-se a Pet e Adriano para compor um trio daqueles!

Por último, é claro, Adriano Leite Ribeiro. O Imperador chegou à Gávea fora de forma e com uma fama impublicável. De volta à casa, ele se sobressaiu dentre os demais de todo o campeonato. Maior e bem mais forte do que todos os seus marcadores, fez jus ao apelido que lhe foi dado em Milão. Fez gol de todo jeito: Cabeça, pés direito e esquerdo, pênalti, falta, dentro e fora da área, no meio do gol e em todos os 4 ângulos. Junto com Diego Tardelli, conquistou a artilharia do campeonato e foi além. Chorou diante de um Maraca abarrotado que gritava seu nome, em êxtase pelo Hexa e pela quase certa vaga entre os 23 que vão à Copa.

Contratações

O Flamengo me surpreendeu negativamente neste sentido. Talvez em função da troca presidencial e da própria política financeira da nova presidente, o clube deixou a escapar a chance de ser o time do momento. Não ousou, e apenas 3 reforços chegaram até a data deste "post".

Fernando, ex-Goiás, e Michael, ex-Botafogo, são jogadores de quem pouco se pode falar. Enquanto o primeiro fez uma boa temporada pelo Goiás, o segundo saiu do Botafogo com a incômoda pecha de "chinelinho". É esperar pra ver...

Vagner Love, após uma negociação que beirou o insuportável, se apresentou e será a dupla de Adriano até Julho, quando ambos os contratos terminam. Não me enche os olhos, não acho que valha tanto esforço e é caro. Mas, para quem perdeu Zé Roberto e tem no banco Gil e Denis Marques, o "artilheiro do amor" passa a ser uma boa opção. Fazer o que? Vai que dá certo...

Diante de tanto atraso, as contratações "cirúrgicas" de Marcos Braz parecem afundar. Acho que o clube ainda precise de mais 3 ou 4 reforços, sobretudo na meia (pro lugar de Pet) e na lateral esquerda (Leo Medeiros não dá, e Jorbison ainda é garoto). É pra hoje, Marcos Braz!


Para 2010...

O ano que começa é de muita responsabilidade para o Flamengo. Por isso, acredito que o Cariocão fique em segundo plano por conta da Libertadores da América. Assim, aponto o Flamengo como um possível candidato ao Estadual e um dos favoritos na Libertadores (ao lado dos outros brasucas e do Estudiantes). No Brasileirão, creio que a equipe chegue ao G4 caso Love e principalmente Adriano permaneçam, ou que sejam pelo menos bem substituídos. Do contrário, ficar de Julho a Dezembro vivendo de Obina, Gil e Bruno Mezenga vai ser dose pra leão.

Editorial

Não quero usar este espaço para bater em teclas afundadas. Todos já exploraram e muito a importância de Adriano, a história sofrida de Angelim e a humildade do Andrade. Vamos falar de outra coisa, tão importante quanto.

Após anos de litígio com a Nike, o Flamengo trocou seu fornecedor de material esportivo para a Olympikus. Confesso ter desconfiado logo de cara, pois nunca foi uma marca de meu agrado. Além disso, a Nike é mundialmente famosa, tem status.

No entanto, ao contrário da multinacional, a nova fornecedora já entrou dando de 10 a 0. Pagando mais e fazendo belos uniformes e propagandas, a empresa está bancando a sonhada exploração da "marca Flamengo".

Enquanto a anterior mal dava conta da distribuição de produtos para as lojas, a Olympikus atende bem a demanda e sua loja "Fla Concept" tem de um, tudo. A loja é bonita, bem-estruturada, espaçosa e vende desde camisas pólo e uniformes oficiais personalizados até canetas, chaveiros e acessórios femininos. Além disso, está em construção o Museu do Flamengo, que dizem ser tão moderno quanto o Museu do Futebol, em São Paulo.

Se for mantido este nível de qualidade, o torcedor, a empresa e o clube sairão rindo de orelha a orelha.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Especial Fluminense

Por que o Flu, logo hoje?

A decisão de colocar Fluminense e Flamengo no mesmo dia (mais tarde, vem o Especial Fla) não foi lá muito pensada. Foi pela simples proximidade com o Campeonato Carioca e a eminência de contratações. Estes, aliás, são tópicos que vou acrescentar aos Especiais já publicados. Vamos lá!

O ano do Fluminense não foi lá essas coisas. Para que houvesse um final feliz (e como!), o torcedor sofreu muito. Viu o Carioca e a Copa do Brasil irem embora sem um bom futebol, e por pouco o Brasileiro não lhe dá o desprazer do rebaixamento. Porém, após, 9 meses de espe-ra, a criança nasceu e o futebol apresentado pelo "novo Flu" foi de encher os olhos.


Tudo que a gente pode colocar como um "ah,mas..." da temporada de 2009:

- As muitas trocas de técnico

- A manutenção de jogadores que já eram reservas desde o início da temporada e nunca convenceram ninguém. Tá bom, serei direto: Fabinho, Cássio, Xandão (o que ele foi fazer no São Paulo?Meu Deus!)

- A enrolação de Fred e a novela Leandro Amaral, que comeu dos cofres tricolores quase 700 mil reais por alguns meses sem que qualquer um deles entrasse em campo.


Ok, agora vamos falar de coisa boa

A entrada de Cuca, tão contestada (por mim, inclusive), foi fundamental. Não que ele seja um técnico maravilhoso, continuo não sendo convencido por ele. Mas a renovação que ele promoveu na equipe, afastando os perebas e promovendo bons jogadores da base, foi a chave para a reação magnífica do time. Valores como Maicon e Digão apareceram para desbancar medalhões de pouco futebol. Já vai tarde, Luis Alberto!

Contratações

O Fluminense seguiu a onda da "barca dos inúteis" e das "contratações cirúrgicas", o que me parece o ideal. Sem muito alarde, a equipe tirou todos os jogadores ruins que levaram o Fluminense àquela situação periclitante e emprestou quem ainda "tem volta". Para renovar o estoque, trouxe jogadores bons (nada de muito escândalo) e foi o time que contratou pouco e bem. Júlio César, Ewerton e Willians são jogadores de qualidade e que trarão ainda mais velocidade ao time. Lamento apenas a vinda de Thiaguinho, que pertence à panela do Cuca, mas isso faz parte do futebol.

Para 2010...

O ano tricolor começa em alto astral. A equipe estreia no Campeonato Carioca fortalecido pelo fim do último ano e bem reforçado. Está com o favoritismo para a conquista do Estadual e mesmo a Copa do Brasil é bem possivel. Para o Brasileirão, vamos esperar para não queimar a língua. Acho até que o time tem chances de terminar lá em cima, mas a última coisa que o tricolor quer, atualmente, é gente dizendo o que vai ou não vai acontecer. Tô certo?

Editorial


Muito me impressionou a humildade com que o Flu conduziu sua reação. Tudo bem, a iminência de queda para a Segundona não permitia muitas vaidades, mas todos perceberam que o Flu era momentaneamente um dos melhores do Brasil. Os jogadores sabiam disso, Fred sabia disso. Nem assim, subiram no salto. O Fluminense conduziu sua reação como o Flamengo fez em 2007, saindo do penúltimo ao 3º lugar. Muita raça, muita disposição, sem "sanguessugas" e no embalo da torcida. Foi de arrepiar!
Parabéns, Fluminense!