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segunda-feira, 27 de abril de 2009

Fica pra próxima..

Flamengo e Botafogo se enfrentaram num jogo melhor do que o de domingo passado, desta vez pela primeira final do Carioca. Mais chances de gol, jogadas de efeito e até o típico “destempero emocional” estiveram presentes. Resultado disto foi o empate em 2 a 2 que deixa as duas equipes em condições de igualdade para a decisão de domingo que vem.

A principal diferença entre os dois jogos foi a postura do Botafogo. Se semana passada a marcação sobre Maicosuel fez o time parecer “retranqueiro”, agora foi diferente. A equipe, com um esquema melhor de marcação e armação, conseguiu chegar com mais facilidade e criou chances claras. Sorte do Flamengo que Fahel e Vitor Simões não estavam em dia inspirado.

Pelo lado do Flamengo, os velhos problemas continuam a atrapalhar o time. Léo Moura ainda afunila muito pelo meio e não dá chances para que o time crie pelas pontas, o que melhor sabe fazer. Além disso, os poucos chutes a gol e a falta de um armador de qualidade pesam nos momentos mais agudos de ataque. Emerson, Obina e Josiel, apesar do esforço, não conseguem resolver o problema da falta de um matador rubro-negro. A possível vinda de Adriano, mesmo com todos os seus problemas pessoais, é o melhor caminho para o time sair dessa.

Zé Roberto, camisa 10 e jogador teoricamente responsável por essa armação e movimentação de ataque, simplesmente não entrou em campo. Com a entrada de Erick Flores, a equipe pelo menos ganha um pouco de velocidade e criatividade. Mesmo não sendo ideal, já seria melhor para o time de Cuca. Mesmo assim, com todas as suas questões, o Flamengo das decisões é sempre um perigo constante, que não permite vacilos do adversário. Basta lembrar a final de 2007.

No mais, o zagueiro Emerson voltou a salvar o Fla. Pelo bem do trocedor alvinegro, é bom que ele não entre em campo no próximo jogo. Condições iguais, qualquer um pode ser campeão. Não darei palpites. Semana que vem, tudo sobre a decisão. Que vença o melhor!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A vez do Flamengo

Foi chorado, na base do que o Flamengo tem de melhor: a disposição. Numa final de Taça Rio pra lá de amarrada, sem grandes jogadas e chances de gol, o time da Gávea fez o “basicão” para garantir-se na final. 1 a 0 contra o Botafogo, com direito a gol contra e resposta à provocação que dizia “vice é o Cuca”.

Do ponto de vista tático e técnico, com todo o respeito, o jogo foi sofrível. Os melhores jogadores das duas equipes estiveram bem amarrados à forte marcação e aos seus próprios esquemas, que lhes impediram de dar graça ao jogo. Exemplo maior disso foi Maicosuel, que tem levado o time nas costas e foi muito bem anulado por Willians. Resultado disso: um Botafogo sem sal, sem criatividade, dependente de um camisa 10 que não conseguiu jogar.

Do outro lado, o Flamengo seguiu o caminho inverso do seu melhor estilo de jogo. Todos sabem da qualidade da equipe pelas laterais, e por isso Léo Moura resolveu jogar... pelo meio! Ainda que Juan tentasse abrir, não era tão requisitado quanto o camisa 2. Este, afunilando, lotava ainda mais a entrada da área e impedia a equipe de abrir espaços.

Com isto, sobrou para Kléberson a função de tentar fazer o que ninguém fez: chutar a gol. Mesmo que não tenha feito uma partida brilhante, o “penta” desempenhou função fundamental na equipe e parece ter se firmado de vez. Do pouco criado pela equipe, muito se deve a ele e a seus chutes de fora.

De qualquer forma, o jogo serviu como aperitivo para o que vem por aí nas próximas duas semanas. Serão dois jogos tão ou mais amarrados do que o de domingo, mas com o detalhe de que acabou essa coisa de “posso perder hoje que não faz mal”.

A semana é de comemoração contida para rubro-negros e, é claro, provocações para todos os lados. Clima de final de campeonato é sempre especial, ainda mais com estes times, nestas circunstâncias. Quero seu palpite para o título, leitor! Mande para bernardo.diario@gmail.com

domingo, 12 de abril de 2009

Fanático? Eu?

O fanatismo já é realidade quando se trata de futebol, especialmente no país dele. É fato que muitos já estão atrelados ao esporte de tal modo que não se consegue mais separar vida e torcida; paixão e exagero; canto e louvor. Fato, também, que muito brasileiro faz do futebol do fim-de-semana sua válvula de escape para o stress do cotidiano. Por outro lado, se o time perde, acabou o mundo. A outra torcida, melhor que não lhe apareça na frente.

Eu poderia pegar, agora, o exemplo dos EUA para dizer o que o fanatismo existe, mas pode ser controlado. As pessoas não deveriam levar tão a sério um esporte do qual não participam, mas são meros e passivos expectadores. Não têm qualquer influência sobre aquilo que acontece dentro dos campos e, sem ganhar um centavo sequer, choram como crianças diante do fracasso daqueles onze ali na tela. Deixam de fazer coisas e conhecer pessoas pois o resultado do jogo contrariou suas expectativas.

Mas sabe o que acontece? Por mais incrível que pareça, por mais irracional que isso seja, só quem gosta de futebol vai entender: é normal. Vamos por partes...

Definitivamente, não é saudável viver em função do futebol, ou pior, de um time. Da mesma forma, não vale a pena deixar de aproveitar a vida em função de um jogo. Isso é indiscutível. Por outro lado, principalmente no Brasil, o futebol é mais do que um esporte. Talvez eu só seja compreendido por quem efetivamente vive essa realidade. Achei o verbo certo: viver. O futebol é para nós muito mais do que qualquer outro esporte. Já não faz mais parte do nosso racional, do pensar e agir. Virou instinto, virou coisa de pele.

Tudo mais o povo assiste por prazer. Ver o Brasil em quadras e piscinas é sempre um prazer, mas poucos são os que estão emocionalmente ligados a outros esportes, em comparação ao futebol. O culto ao futebol e suas conseqüências já não são mais opcionais; é cultural. Alegria e frustração vindos de uma bola de couro já são parte da “brasileirice”.

E a gente sabe que a questão não é apenas ganhar ou perder um clássico, mas vai muito além disso. O ganhar envolve chegar feliz na padaria para sacanear o caixa que recebe pelo seu cafezinho diário; o trocador de ônibus que não larga do seu pé; o amigo do colégio, da faculdade ou do trabalho que vive com as cores do rival; enfim, a semana flui melhor. E a derrota? – você pergunta. É justamente o inverso: uma semana, no mínimo, sem querer ser lembrado daquelas duas sagradas horas dominicais.

Quanto ao Tio Sam, as coisas não são assim tão simples. A experiência de morar lá me mostrou que o esquema é outro quando se fala da relação entre as pessoas e os esportes.

Em primeiro lugar, é importante lembrar que trata-se de um país multiesportivo. Ou seja, é difícil achar um esporte que monopolize as atenções como faz o “soccer” por aqui. As grandes cidades americanas costumam ter times em pelo menos dois esportes, o que dá ao fã um leque de possibilidades. Los Angeles, por exemplo, conta com dois times na NBA (Lakers e Clippers), um time de Baseball (Dodgers) e pelo menos duas cidades por perto com times de futebol americano (San Diego Chargers e Oakland Raiders) e hockey (L.A Kings e Anaheim Ducks). Sete opções. É quase impossível ser fã de tudo e todos como se fossem únicos!

Imagine-se como um morador de Los Angeles. Por mais chateado que você fique com duas derrotas no basquete e duas no futebol americano, você ainda tem três times para fazer seu fim-de-semana mais feliz. Você continua gostando de tudo, mas dá mais importância ao que melhor lhe convém.

E quando imagina-se a gozação semanal, perde-se a esperança. Ao contrário do futebol daqui, os times de lá são quase sempre únicos em suas cidades (às vezes, no estado). Isso significa que a rivalidade não ultrapassa os limites do jogo, como há pouco descrevi aqui. Mesmo que o grande adversário do Lakers atual vença o clássico, não haverá um trocador de ônibus vestido de verde, um amigo com a camisa autografada pelo Kevin Garnett ou mesmo o “moço da padaria” sacaneando com a caneta do Celtics atrás da orelha. Aliás, nem a própria padaria existe por lá.
Quer dizer, o fanatismo tem limites e é bom que eles sejam respeitados, para o bem de quem os respeita e quem está à sua volta. Talvez, caso isso aconteça, não vejamos mais tantas brigas e mortes em portas de estádio. Isso sim é deprimente, desgastante, desqualificante, desumano.

Agora, saber ser um “bom fanático” e torcer do seu jeito não tem preço. Quem tem algo melhor que a camisa da sorte, a caneca da macumba, o sapo com o nome do time adversário? Ninguém. Mesmo quando a derrota é amarga, só a gente sabe o quanto aquilo mexe na nossa rotina. Até porque ninguém sabe melhor do que nós, torcedores, o quanto fazemos diferença. Seja das arquibancadas ou da sala da sua casa, torcer é quase uma arte. Melhor pra quem sabe ser artista.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Pequenas observações

E na Taça Rio, nenhuma surpresa. O Vasco não teve dificuldades em ganhar do Bangu e ajudar o agora adversário Botafogo. O time da estrela solitária, sem dificuldades, bateu o Resende e também avançou. No Maracanã, um Fla-Flu diferente, mas bom de se ver. Ao fim, resultado justo e as duas equipes voltam a ficar frente a frente domingo que vem.

Por isso, uso a coluna de hoje para pequenas observações sobre a rodada do fim-de-semana. Nada de previsões para as semifinais, pois clássico é clássico e você, torcedor, sabe bem disso. Me impressionei com o físico de alguns jogadores do Flamengo. Parece que o atraso salarial não está afetando as compras do mês, muito pelo contrário.

Jônatas, apesar da sua categoria, sofre com a sua falta de preparo físico, que inclusive lhe tirou do próximo jogo. Lenon, vindo das categorias de base e estreiante do Fla-Flu, me surpreendeu. Jogou com calma, fez bem seu papel, mas sua corridinha lenta e de passos curtos não deixou boa impressão. Até o Fierro, pequeno e veloz, não parecia estar em plena forma.

Quanto ao Fluminense, senti falta do Thiago Neves verdadeiro. O bom jogador esteve bem longe do que ele pode render. Isso porque, no revezamento de boas atuações que faz com Dario Conca – quando um joga bem, o outro não -, não era a vez do argentino. Para o próximo domingo, no entanto, ele será fundamental para o bom desempenho e a classificação tricolor.

Por último, uma dúvida que não quer calar. Perguntarei, durante a semana, a torcedores de Botafogo e Vasco o que acham de enfrentar o Flamengo numa possível final de turno. Seria esse jogo a reedição de um passado recente ou a chance de devolver o grito de “vice” ? Me responda você também, leitor! Mande para bernardo.diario@gmail.com a sua opinião. Semana que vem, a resposta e previsões para a final!