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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Quem fala demais ...

O futebol tem dessas coisas. Todo jogador precisa correr muito, ter espírito de luta constante e pelo menos aquele mínimo de habilidade para poder chegar a algum grande clube. A torcida sabe disso muito bem e por isso exige. Mas se tem algo que pode acabar com o desempenho de um time é a famosa declaração infeliz - e isso ninguém cobra.

Todo mundo está cansado de saber que no futebol não existe jogo ganho, e por isso não adianta garantir, jurar de pés juntos que algo vai acontecer antes de a bola rolar. Começou a falar demais, complica no fim. Já reparou?

Você que é torcedor vascaíno, lembre-se de 2001. O Vasco ganhou a primeira final do Carioca e parecia ser o novo campeão. Tudo muito bem, até Eurico Miranda dizer (durante a semana do último jogo!) que já havia comprado o chopp da festa do título. Preciso dizer mais alguma coisa?

Torcedor tricolor, lembre-se de algo mais recente. Puxe da sua memória a Libertadores deste ano. Seria um título merecido, inédito, uma festa pra não ser mais esquecida caso ninguém abrisse o bico. O Renato provocou, disse que ia brincar no Brasileirão. O Thiago Neves foi na onda do comandante e “soltou os lagartos”. Tudo bem, disputa de pênaltis é sempre um nervosismo, mas que ninguém pense que falta de modéstia não interferiu.

O torcedor do Botafogo também sentiu um pouco, mas de forma diferente. Depois de perderem uma final polêmica da Taça Guanabara, foram todos reclamar e chorar. Pediram até para que a torcida não fosse mais aos jogos do Carioca. Erros de juiz à parte, a atitude do elenco (com respaldo da diretoria) fez o clube virar motivos de piada.

O Flamengo ensaiava uma boa arrancada para as últimas rodadas, até o presidente dizer que já estava preparando a festa do hexa. Resultado? Uma atuação ridícula e uma goleada do Atlético Mineiro que mais de oitenta mil pessoas pagaram pra ver. Será que ninguém lembrou que a festa da despedida de Joel Santana também não deu certo contra o América do México? Uma frase, e o futebol do Rio pode não ter representantes na Libertadores do ano que vem. Ainda tem muita coisa pela frente, mas Flamengo e Botafogo que fechem a boca!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Ao cronista, o agradecimento

Há menos de um mês atrás, tive a oportunidade de conhecer pessoalmente e entrevistar uma personalidade do jornalismo esportivo.Ele me recebeu de forma muito simpática na redação do jornal onde trabalha e escreve sua coluna. Hoje, dedico este espaço a um pouco desse bate-papo.

Ele me recebeu sem pressa e sem compromisso, tendo em mãos um livro do ídolo Armando Nogueira.Em meio à movimentação de uma Redação vistosa, acomodei-me numa cadeira giratória. Sem perder muito tempo, comecei a entrevista sobre a profissão.

Fernando Calazans é um apaixonado por esporte. Tentou cursar Direito, não levou à frente. Sua paixão estava ali, na bola, no campo. Começou o curso de Jornalismo na PUC, mas parou após 2 anos para estagiar em um famoso jornal. Lá, tornou-se profissional e começou sua carreira. Escrever era o que sabia e o que gostava de fazer.

Aliás, nos tempos em que estagiava e começava a trilhar sua carreira, ia com seu fusquinha para cobrir o Bangu, o América ou Flamengo, Vasco, Fluminen-se. Só não cobriu o Botafogo. Mas isso tudo numa época em que técnicos, jogadores e jornalistas podiam se falar sem o intermédio dos assessores. Era tudo bem mais informal. A amizade era possível, sem interferências mútuas.

Sempre preferiu o jornal à TV. Com o tempo, foi abandonando o fanatismo de seu time de coração e tornando-se fã do jogo bonito. Se necessário for, torcerá contra o Brasil até em Copa do Mundo. Torcer contra o próprio país, para ele, não é novidade. Mesmo quando se perde para a Argentina. Vale lembrar que a torcida é para o bom futebol, não importa: Brasil ou Albânia.

Para ele, como para uma minoria, a seleção não vive uma entressafra de jogadores. A situação é crítica: o futebol brasileiro perdeu sua identidade; agora podemos ganhar a Copa ou perder pra Honduras, pois “é tudo japonês”.

Ao final da gravação, um café de máquina para espantar o frio de um dia chuvoso, um breve bate-papo. A despedida e um sorriso de orelha a orelha na porta do jornal. Telefonemas,idéias na cabeça e um bom motivo para seguir em frente.Entre amigos de curso, mais uma história pra contar.Valeu a pena.