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quinta-feira, 10 de julho de 2008

Futebol e os Clichês - Parte 3 e última

“No tempo em que Dondon jogava no Andarahy”


Amigos e leitores do DLNB, fecho hoje a minha série de crônicas sobre clichês ... Preciso confessar que, com o término da Libertadores, da Eurocopa e da Copa do Brasil, meus temas estão ficando escassos. Ao mesmo tempo que quero continuar falando sobre futebol, não me arrisco a dar pitacos sobre o Brasileirão. Aliás, arrisco sim, unzinho: O Botafogo vai cair pra Série B (falo isso desde a saída do Cuca). De resto, vamos ao que interessa ..

Eu sei, você já leu o título e estranhou o nome do time do grande jogador, protagonista da canção de Ney Lopes (interpretada por Zeca Pagodinho e Dudu Nobre). Então, pra quem ainda não sabe, o time de Dondon não tem a mesma grafia do nome do bairro carioca. O listrado verde-e-branco suburbano é, sim, com “H” e ”Y” no fim. Brega, mas é assim. Tudo bem, não é essa a discussão em questão. O problema central é algo que eu já havia citado em um texto anterior, mas uma frase é muito pouco.

A questão é a implicância que eu tenho com esses cidadãos que acham que só havia futebol em seus tempos de jovem e não valorizam o que temos hoje. Se tem uma frase que eu não agüento mais é aquela “ah esse futebol de hoje em dia não tem mais jeito.. é muito dinheiro, muita falcatrua .. bom era quando blábláblá”.

Não estou colocando em cheque, em momento nenhum, que as coisas hoje em dia não tem mais o famoso amor à camisa, o apego e o cultivo aos ídolos como Zico, Dinamite, etc. Isso não é opinião, é fato. Agora, daí a dizer que não assiste mais porque “tá tudo nivelado por baixo” e que “tá tudo uma porcaria” já não acho justo.

Tudo bem, é indiscutível que a ação dos empresários dificulta toda e qualquer tentativa de formar jogadores conscientes e mantê-los num clube por mais de dois ou três anos. Mas será que está tudo tão perdido assim? Aí você vira e fala que só a Europa presta ... e eu te pergunto o que São Paulo e Internacional fizeram com Liverpool e Barcelona ainda nesse século. Resposta: O que Flamengo, Grêmio, Santos, São Paulo (de novo) já fizeram, em outros tempos, exatamente da mesma forma.Mesmo sem os jovens craques que cedo vão embora para o velho continente, o nosso futebol não morreu!

Há de se compreender que, como tudo na vida, o mundo do futebol é uma bola e gira, naturalmente. Portanto, mudanças comportamentais e tendências hão de vir e voltar. Será que ninguém achou graça no Botafogo do ano passado, na reação do Flamengo? E nas quartas-de-final da Libertadores 2008 entre Fluminense e São Paulo, por exemplo, quem ousa dizer que o futebol de ambos os times não foi bonito? O Cruzeiro de 2003 ... Vamos parar de olhar mais para trás do que os olhos alcançam. Tostão, Gérson e Pelé –entre outros - foram grandes em seus tempos, mas acabou! Conceitos mudaram, e o futebol não é mais aquele jogo lento e muito bem tramado. Nem melhor nem pior, apenas renovado.

E não adianta vir apontando pro “Cabofriense X Friburguense ” do último Carioca porque eu confesso nunca ter ouvido falar em nenhum grande jogo de uma das duas equipes, quiçá das duas! Juntas, então ...

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