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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Crônica de quinta

Caros 7 leitores (a Mulher-Melancia não conta) do blog,
Vou passar a fazer crônicas sobre jogos da rodada de meio de semana. Não sobre todos os jogos, como vocês já estão acostumados, mas sobre um jogo apenas. Mais detalhada, intrusiva e analítica do que o normal, a proposta é a mesma: Trazer a vocês a minha visão do que rolou e está rolando, com sugestões e comentários SEUS.
Para começar, vamos de Flamengo 3 X 1 Atlético-MG ?



Se o jogo começou elétrico, não foi à toa. O Flamengo vinha de uma semana conturbada, com tantas demissões e a polêmica que envolve o comando do time. Uma semana após a demissão de Cuca (tão criticada por 90% dos comentaristas da TV, mas não por mim) e de alguns dirigentes,quem ficou ainda não sabe o que fazer. O novo vice de futebol Marcos Braz ainda não se entendeu com o presidente em exercício Delair Dumbrosck e o time ficou nas mãos do sempre interino Andrade. E, quem diria, este mesmo interino conquistou o carinho dos jogadores, venceu o Santos lá e veio cheio de moral para o jogo contra o então líder. Até a torcida já pedia sua permanência, mesmo antes de a bola rolar. E aí, o que fazer?

Do outro lado, um Atlético cheio de moral. Líder do campeonato, sempre elogiado na mídia (não me iludo mais com essas coisas. O time está em boa fase, mas está no patamar de outros dez), um ataque eficiente e até jogador na seleção. Mais maduro e focado, Diego Tardelli fez por merecer sua convocação e ligou a luz de alerta para o sumiiido Alexandre Pato. Como se não bastasse, as lembranças do último confronto, no mesmo palco contra o mesmo time, remetem a um 3 a 0 que calou 81 mil flamenguistas espereançosos de um título.

Ingredientes para o jogo não faltaram.

Voltando ao assunto, o jogo começou elétrico. O Flamengo foi com tudo para cima do Galo e, com menos de 30 segundos de jogo, teve nos pés de Leo Moura uma chance incrível. Por cima. A bola chutada quase da pequena área que passou próxima do travessão custou caro. Nem dois minutos, e Serginho ganhou dividida no seu campo de ataque, confundiu a zaga do Flamengo e deixou Éder Luís livre para abrir o placar. Dois minutos e meio, marcava o relógio. O que será que passou pela cabeça de Andrade? Não sei, nem quero.

Fato é que o Flamengo parecia nem ter sofrido gol. Continou elétrico e indo ao ataque, organizando-se melhor com o tempo. O time mineiro, pelo contrário, parece ter sofrido um baque com o gol marcado. Desorganizado e com uma defesa frágil, dava espaço para tentar contra-atacar, mas não conseguia. Dava sim, o espaço, mas quando tinha a bola errava tudo. Assim, melhor no jogo, o Flamengo empatou aos 36 minutos do primeiro tempo. Em uma das muitas bolas antecipadas por Toró e Wellinton na altura do meio campo, o xodó de Joel Santana achou um ótimo passe para Leo Moura. Aí, em chute mais difícil do que aquele primeiro, o lateral acertou o canto e espantou as vaias que acumulava.

A virada não demorou. Três minutos bastaram para Emerson (o Sheik da Gávea. Ó, Sheik!)recuperar bola próximo à sua área de ataque. Daí para trás, em Adriano, que achou Éverton. O garoto fez boa jogada individual e encontrou Kléberson, sozinho, que bateu de primeira no mesmo canto direito onde Leo Moura acabara de guardar a bola. 2 a 1, para o primeiro tempo terminar em festa da torcida. Veja os gols do jogo no vídeo abaixo.





Para o segundo tempo, os técnicos fizeram o que deles se esperava: Andrade, na sua calma habitual, não mexeu no time. Do outro lado, o já desesperado Celso Roth fez duas mexidas. Tirou o "zero à esquerda" Júnior e o meia Seginho, para as entradas infelizes de Marcos e Evandro. infelizes sim, pois apesar de buscar o gol, o Atlético continuava sem conseguir levar perigo. Para piorar, o ainda criativo Marcio Araujo teve séria contusão por volta dos 10minutos e teve de ser substituído por mais um atacante (Pedro Paulo).

Mas os erros no meio e na defesa continuaram, tanto que aos 14 minutos, Everton antecipu mais uma bola e puxou o contra-ataque rubro negro. Levou até a área, se enroscou com o zagueiro e a bola sobrou para Adriano. O Imperador passou pelo zagueiro e deixou o próprio Everton sozinho para fazer o terceiro. Aí, meus amigos, o jogo foi o maior dos marasmos durante 20 minutos. O Flamengo não se arriscava e, ao mesmo tempo, não permitia que o adversário chegasse. Não bastasse isso, dois jogadores do Galo (Aranha e Éder Luís) estavam contundidos mas não podiam mais ser substituídos. "Vai no sacrifício aí, meu filho!"

Somente aos 35 minutos o Atlético decidiu vir para cima. O Flamengo, já sem Toró e Emerson (substituídos por Camacho e Zé Roberto), não tinha mais tanto poder, tanto na marcação quanto no ataque. Éder Luís ficou nas mãos de Bruno, Diego Tardelli ficou no chão (quando do juiz não deu o pênalti de Willians), Evandro ficou torcendo para que sua cobrança de falta fosse alguns centímetros para o lado e Pedro Paulo parecia ter oito pernas quando ficou cara a cara com o goleiro do Fla. Que ridículo! Ele conseguiu chutar com o pé de apoio (!!!), e, sem goleiro, chutar na trave. Não era mesmo um jogo pro Galo. Fim de jogo.

Andrade ganha força como técnico para o Flamengo. Se ele não é o treinador dos sonhos, ele ao menos sabe o valor da camisa rubro-negra muito melhor do que seu antecessor. Solução caseira também é solução!
Para o Atlético-MG, a perda de liderança não é o fim do mundo, assim como o time não me parece ser o melhor do Brasil. Não vejo o Atlético nem na Libertadores, para ser sincero. A conferir!

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